Dei conta que não escrevo há muito tempo, provavelmente não tive nada de interessante para dizer ou talvez não me apeteça comentar muita coisa que anda por aí. As férias alteram algum do nosso ritmo habitual e, apesar de termos o computador à mão, falta-nos aquele ambiente propício para nos espraiarmos por alguns temas sumarentos. Depois das férias acabarem levamos tempo para retomar as tarefas mais ou menos rotineiras. Parecendo que não somos em muita coisa previsíveis, deixando que os hábitos preencham os nossos dias.
Não sei se posso fazer das férias a justificação desta ausência. Tenho sentido ultimamente falta de assunto ou então que me deixei tomar pelo meu cepticismo. Depois de uma semana em que os telejornais, durante três quartos de hora, são preenchidos com a criminalidade portuguesa como se estivéssemos todos à beira de um ataque de nervos, quase me sinto aliviada por andar um pouco arredia dos mass media, preferindo ocupar-me com coisas boas da vida como apanhar o resto do sol que ainda vai trespassando este Alentejo onde me situo agora num pré estágio para voltar ao alvoroço citadino, acreditando que a calmia dos fins de tarde nas praias quase desertas é privilégio que não posso desperdiçar. Vou-me deleitando com um pôr de sol que amanhã já não terei porque afinal, também eu, vou ter que por um fim a este deleite de não fazer nada.