Ao fim de algum tempo de ausência, voltei.
Nos últimos meses tenho sentido uma enorme vontade de desfraldar a minha maturidade que é como quem diz a experiência.
Vamos ouvindo e vendo tudo o que se vai desenrolando por aí e matéria não falta.
A abertura do novo ano lectivo veio avivar-me a memória para uma questão que já há algum tempo me desperta - essa coisa do ensino inclusivo. Pressupõe-se, portanto, que perante uma diferença de uma criança ou jovem, a escola dispõe das condições necessárias para a acolher minimizando todas as barreiras que constituem a sua diferença específica, proporcionando-lhe autonomia, dignidade, igualdade.
Seria assim idealmente falando, mas não é.
A grande maioria dos estabelecimentos de ensino acentua as diferenças. E porquê?
Pela sua morfologia, por inadequação de programas, por falta de formação do corpo docente e dos demais funcionários.
Não é possível fazer sentir alguém igual só porque queremos incluí-lo no nosso grupo social. Temos de proporcionar-lhe as ferramentas necessárias para que as suas diferenças não estejam, permanentemente, a ser realçadas ou a serem apontadas como obstáculos que impedem o normal funcionamento do grupo.
Actualmente as escolas vêem-se obrigadas a receber alunos com necessidades educativas que, muitas vezes, não são reconhecidas pela família e, muito menos, pelo Estado.
A sua integração fica dependente da boa vontade dos estabelecimentos, da maior ou menor dedicação de um professor que foi praparado para o ensino regular e, certamente, da misericórdia de Deus.
Nesta realidade, vamos metendo a cabeça na areia e, hipocritamente, não queremos reconhecer a diferença como uma das últimas razões para não proporcionarmos as melhores práticas educativas a quem, por ser diferente, não pode ser delas privado.
E neste ensino inclusivo, tornamo-lo cada vez mais exclusivo.