Passamos pela idade dos porquês mas não deixamos de ter dúvidas. Esta idade de outra idade em que os ses se ignoram pela tranquilidade da consciência de que existe uma outra inocência que fomos roubando ao tempo. A sabedoria recatada desenha melancolia no olhar que se consola nas insignificâncias da vida porque os anos passados são passado, o presente torna-se mais permanente e o futuro é já depois. Os degraus sobem-se lentamente na razão de vivências que foram diferentes sem a inteireza de que se morre definitivamente.
O sangue ferve para dentro, as lágrimas são mais silenciosas e as mãos aquecem-se uma na outra.
Sem porquês mas com muitas incertezas, por outros que não por nós, que nos estreitam o peito fazendo parte de sonhos que não nos deixam dormir.
Talvez tenha de ser assim para continuarmos a acreditar que o futuro ainda vem longe e é nele que está a cadeira do nosso repouso.