O tempo que vai passando, leva-nos para outra idade.

Sexta-feira, 31 de Março de 2006

ENVELHECER é OUTRA IDADE de valorização da nossa IDENTIDADE.

Bom fim de semana.

publicado por outraidade às 16:46

Nascemos e muitas vezes antes de se saber se é menino ou menina, já os pais ansiosos organizaram uma lista de nomes. As influências são variadas, desde o nome dos avós, ao de um amigo íntimo, aos mais divulgados das revistas sociais. Talvez depois de tranquilamente olharmos para aquele novo ser, conseguissemos associar-lhe algum nome bem diferente do que muitas vezes lhe escolhemos. E aquele nome fica para o resto da vida.

"O meu nome é..." ou chamo-me..." são as primeiras palavras que dirigimos a alguém que conhecemos como se fosse uma marca registada.

Maria, que tinha os olhos da cor do mar, teve uma doença do foro oncológico e morreu. Um dia, quando vier a propósito, falarei disso com mais pormenor.

Nas minhas divagações, procurei as origens desse nome e concluíam os estudiosos que algumas palavras hebraicas lhe estariam subjacentes -  "Mry" que significa "amada" , "Mar + Yam" que significa "estrela do mar" ou "Marom" que quer dizer "senhora". Eu gostei de qualquer uma das versões e decidi que, para mim, MARIA iria significar "ESTRELA DO MAR, SENHORA AMADA".

Maria sabia que a sua doença era fatal. Passou por momentos de revolta, de luta, de esperança, de conformação e, por fim, de uma tranquilidade que transparecia dos seus olhos verdes.

Não era ao acaso o seu nome, apesar de provavelmente lhe ter sido dado por acaso. Maria continua a ter esse nome, mesmo para além da morte.

   

 

 

 

 

publicado por outraidade às 12:43

Domingo, 26 de Março de 2006

         Designa-se um período da nossa vida como “idade avançada”, “velhice”, “idoso”.  Numa pesquisa sobre o tema encontrei uma classificação que me agradou e que perfilhei -“quarta idade adulta”, englobando-se aqui indivíduos com mais de 60 anos. Aliás, de acordo com a Organização das nações Unidas é considerado idoso o indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos. Muito embora possa ser divergente este conceito de País para País, facto é que as políticas sociais e de saúde delimitam os grupos etários.

Naturalmente que o envelhecimento é um processo individual e, como tal, não pode ser standardizado.

A faixa etária mais avançada atravessa um fenómeno natural de envelhecimento biológico, que vai evoluindo de forma diferente em cada ser humano. Genericamente, à medida que a idade aumenta, o indivíduo torna-se menos activo e as capacidades físicas vão diminuindo. Paralelamente, as doenças vão-se manifestando, umas mais incapacitantes que outras, tudo isto dependendo da interacção de vários factores.

 

                As vicissitudes biológicas e psicológicas são determinantes na atitude que cada indivíduo assume perante a vida.

 Rudio dizia que “nascemos sozinhos e sozinhos morremos”, só que, em isolamentos diferentes. No primeiro, tudo e todos nos esperam, nos acolhem, nos afagam, nos desejam numa transbordante alegria; no segundo, independentemente das nossas crenças religiosas, invade-nos o abandono e a dor.

 

                O processo de envelhecimento leva-nos a um corte com a vida em sociedade, ou, pelo menos, com algumas práticas sociais, gerando-se o sofrimento, o esvaziamento e a solidão.

                Sentir-se isolado, abandonado, desvinculado do mundo é a expressão universalizada de solidão. Mas este sentimento ou “estado de alma”, aliados a muitos outros factores que se vão manifestando pelas implicações físicas naturais, provocam dor mas não pode ser sinónimo de fim ou de morte. Estamos cientes de que minimizando alguma solidão, é possível diminuir o isolamento.

         As sociedades modernas, apesar das manifestações políticas de apoio ao idoso, têm esquecido a essência deste abandono, deste isolamento e desta solidão.

 

                   Por isso pensei neste espaço onde os que têm OUTRA IDADE poderão partilhar experiências, anseios, angústias, sentimentos onde os ecos têm retorno.

 

     

                    Fico à espera.

                    Martinha

 
publicado por outraidade às 23:10

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