Tenho andado um pouco arredada mas não esquecida. Facto é que este canto precisa de algum sossego, algum aconchego que aqui venho buscar como se estivesse a falar com um amigo. E acredito que servirá se não para muitos, pelo menos para alguns que, ainda que sem me darem ecos, aqui se encostam e descansam alguns segundos. Também não exijo muito mais.
Há uns dias alguém me fez pensar que era preciso começar a agir, a por em prática algumas ideias que ajudem a tornar a vida dos outros menos amarga, menos solitária. E, na minha poesia de vida, eu acredito sinceramente que pequenos nadas podem transformar os dias de alguém que está só, que vive só, que tem outra idade onde a insegurança aparece, em que o abandono é uma realidade.
Pequenos nadas, dizia eu, sim pequenos nadas mas grandes coisas para quem os receber. Por exemplo, tomar um café com alguém, acompanhá-lo a ver as montras, ir ao cinema, jogar às cartas, mostrar-lhe novas tecnologias, passear num jardim, acolhê-lo na noite de Natal, conversar um pouco...eu sei lá que mais, tão simples de por em prática. Pensem um pouco, atrevam-se e arrisquem sugestões, ajudem-me a pensar como aliviar um pouco o dia a dia daqueles que, pela sua idade, se refugiam em casa e se deslembram que, fora de portas, há uma vida da qual ainda podem partilhar. Cada vez mais encontramos estas situações não só porque a nossa sociedade está a atingir maiores tempos de vida, mas porque o anonimato é uma realidade das grandes comunidades urbanas.