Depois de ter lido algumas coisas sobre a inteligência emocional humana, consegui compreender de uma forma mais ordenada a razão de tantas vezes sentir que não controlo as emoções e as reacções a essas mesmas emoções. Sempre me conheci com “o coração ao pé da boca” e nem sempre consegui confiná-lo ao seu espaço. Descobri, tantos anos depois de vida, que tenho um coração alongado e, provavelmente, esse factor congénito poderá ser uma boa justificação para as suas respostas mais repentistas. Uma das próximas questões médicas a esclarecer é a localização das minhas amígdalas cerebrais cujo trajecto deve ser demasiado curto quer relativamente ao neocórtex quer aos lóbulos frontais e, assim sendo, os circuitos dessincronizam o tempo do meu pensamento e da minha reacção emocional.
Brincadeiras sérias à parte, a idade vai-nos tornando menos piegas relativamente a determinados acontecimentos e mais atentos e emotivos a outros, apesar de também nos ensinar a não deixar que a emoção nos atraiçoe.
Mas como diz Daniel Goleman “uma vida sem paixão seria um triste deserto de neutralidade, separado e isolado das riquezas da própria vida”.
Ontem fui jantar com uns amigos meus. Se já no início deste encontro, o meu coração teimava neste defeito de se esticar mais do que deve, imaginem no fim, quando me surpreendem com uma peça de rara beleza onde se encontrava gravado o meu nome dando origem a palavras que não transcrevo porque são indescritíveis e a minha emoção não me deixa. Afinal , para que servem as emoções? “É com o coração que vemos claramente” (Saint –Exupéry,