O tempo que vai passando, leva-nos para outra idade.

Sexta-feira, 29 de Setembro de 2006

Depois de ter lido algumas coisas sobre a inteligência emocional humana, consegui compreender de uma forma mais ordenada a razão de tantas vezes sentir que não controlo as emoções e as reacções a essas mesmas emoções. Sempre me conheci com “o coração ao pé da boca” e nem sempre consegui confiná-lo ao seu espaço. Descobri, tantos anos depois de vida, que tenho um coração alongado e, provavelmente, esse factor congénito poderá ser uma boa justificação para as suas respostas mais repentistas. Uma das próximas questões médicas a esclarecer é a localização das minhas amígdalas cerebrais cujo trajecto deve ser demasiado curto quer relativamente ao neocórtex quer aos lóbulos frontais e, assim sendo, os circuitos dessincronizam o tempo do meu pensamento e da minha reacção emocional.

Brincadeiras sérias à parte, a idade vai-nos tornando menos piegas relativamente a determinados acontecimentos e mais atentos e emotivos a outros, apesar de também nos ensinar a não deixar que a emoção nos atraiçoe.

Mas como diz Daniel Goleman “uma vida sem paixão seria um triste deserto de neutralidade, separado e isolado das riquezas da própria vida”.

Ontem fui jantar com uns amigos meus. Se já no início deste encontro, o meu coração teimava neste defeito de se esticar mais do que deve, imaginem no fim, quando me surpreendem com uma peça de rara beleza onde se encontrava gravado o meu nome dando origem a palavras que não transcrevo  porque são indescritíveis e a minha emoção não me deixa. Afinal , para que servem as emoções? “É com o coração que vemos claramente” (Saint –Exupéry, em o Principezinho).  

 

publicado por outraidade às 21:08

Quarta-feira, 27 de Setembro de 2006

A educação está na ordem do dia ou em dias sem ordem? Não sei, mesmo depois do debate que foi apresentado na RTP, chega-nos alguma angústia porque nos parece que existem outros objectivos ou outras verdades que não se clarificam por interesses ou desinteresses. A educação (subentenda-se a escola) não pode ser este “baralha, parte e dá” que tem andado em muitos sectores da vida pública ou então corremos sérios riscos de estarmos exactamente a debater os mesmos assuntos quando eu estiver a contar algumas histórias aos meus netos ( apesar de já hoje ter idade para os ter).

E surpreendentemente, quase como uma coincidência, se é que elas de facto existem, lia há pouco tempo num livro intitulado “Inteligência Emocional” o seguinte e passo a citar: “…algumas escolas pioneiras estão a ensinar às crianças as capacidades emocionais de que irão precisar para manterem as suas vidas em ordem.” Um pouco adiante e a propósito de informações que evidenciam uma tendência da actual geração de crianças para serem emocionalmente mais perturbadas, mais deprimidas, mais solitárias, mais impulsivas e agressivas que as da geração anterior, diz o autor: “ Uma solução possível é uma nova visão daquilo que as escolas podem fazer para educar o estudante no seu todo, juntando a mente e o coração na sala de aula (…) e assim o ensino incluirá como questão de rotina inculcar nas crianças competências humanas essenciais, como a auto consciência, o auto domínio, a empatia, as artes de escutar, resolver conflitos e cooperar”.

 

Que diríamos nós educadores, professores e responsáveis governamentais sobre esta visão da educação?

 

publicado por outraidade às 21:21

Quarta-feira, 13 de Setembro de 2006

 

Acabei de ler um livro intitulado “Nos rastos da solidão”, cujo autor é o sociólogo José Machado Pais.

No fim e à laia de retrospectiva, fiquei com a sensação que li algo que poderia chamar-se “os rostos da solidão”, não que pretenda desmerecer o título porque é, sem dúvida, muito bem escolhido, mas fica-se com a sensação de que, muitas vezes queremos acreditar que a solidão é algo muito íntimo, muito de cada um, por isso nem sempre a percepcionamos. Agora acredito que ela tem rosto, vários rostos que nem sempre conseguimos atingir e, muito provavelmente essa será uma das razões de existir tanta gente a sofrer de solidão.

 

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publicado por outraidade às 16:42

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