Enfronhamo-nos pela confusão da multidão, caminhamos todos para o mesmo lado. Os olhos já nem se cruzam porque não temos tempo e deixamos que das montras os artefactos nos tentem porque é Natal e no fim de contas não estamos tão mal assim de finanças.
Que estilo enfadonho este que temos de viver mas todos atribuímos algum significado a um presente que recebemos, uns mais outros menos. Talvez seja esta a forma de dizermos a alguém que não nos esquecemos, que ele faz parte das nossas inquietações (que presente para aquele e para o outro?). Afinal não é assim tão mau, se não entrarmos em exageros, claro.
Na parte que me toca, não abdico de um presentinho nesta altura. Faz-me bem ao ego, à vaidade, ao gosto de dar e receber. E, de facto, se não for nesta época, em que outra nos lembramos de oferecer alguma coisa a alguém? Sim, nos aniversários, mas nada mais. É consumismo? Que seja, mas é sobretudo o significado que me atrai. A troca, sim, a troca é importante na nossa vida, dar e receber. E não precisamos só de trocar beijos, abraços, mas também faz parte da vida materializarmos a nossa dedicação a alguém. Este é o meu verdadeiro espírito do presente de Natal e é tão reconfortante.
Por isso, consumismo ou não, cá vou fazendo a minha trouxa de prendas para quem eu gosto.
Bom Natal.