A propósito do meu desabafo anterior, tudo correu bem. A minha “tronchuda” andou um pouco triste com a ausência da “princesa” mas no reencontro trocaram umas lambuzadelas. A “princesa” aguentou-se à anestesia e está em convalescença, aproveitando-se do facto para exigir mais mimos e atenções do que é habitual.
Mas quem não gosta de mimos, de ternura, de “lambuzadelas”? De vez em quando, sabem bem mesmo quando não estamos em convalescença.
E a propósito, na semana passada, juntei-me com um grupo de amigos e, como já vem sendo usual, os últimos aniversariantes são contemplados com umas pequenas lembranças… Não, não posso pormenorizar nem o significado nem a forma dessas oferendas porque obrigar-me-ia a adornar este trecho com uma bolinha vermelha no topo direito. Desculpem-me mas já me vai faltando a mão para o desenho e a minha sapiência informática ir-me-ia obrigar a ficar aqui toda a noite à procura da bolinha. Normalmente estes encontros são caracterizados pela boa disposição, pelo convívio salutar, pelo total descomplexo de etiqueta, o que nos faz sentir bem uns com os outros.
Desta vez fez-se um momento de silêncio, não só para cantar o fado mas para ler um poema que me lambuzou dos pés à cabeça. Para além da emoção do momento sensibilizou-me sobretudo a atitude, o gesto simples mas tão bonito de terem tido a ARTE de entrar no meu mais profundo sentir e transmitirem-me que vale a pena acreditar na vida, que toda a razão tem a força que lhe sabemos dar, que nem sempre estamos sós se as pedras da calçada nos magoam os pés, que é possível sobreviverem orquídeas nos dias do nosso Inverno, desde que sejamos leais e verdadeiros. Por isso A de Amizade, A de Amor, A de Arte.