O tempo que vai passando, leva-nos para outra idade.

Terça-feira, 15 de Julho de 2008

Vamos indo e vendo, muitas vezes não querendo perceber o que nos mostram. Outra vez o “desaparecimento” de Madeleine, desta por divulgação do relatório das investigações. Deve tratar-se de documento da maior importância, considerando o fulgor da imprensa que nos toma por ignorantes e afirma que teve acesso à sua totalidade. Se assim é, mais um atropelo ao segredo de justiça, mas ouvindo-se encher a boca, isto é, as páginas dos jornais, até temos dúvidas se o dito relatório foi  mesmo espalhado para a imprensa…O relatório, que não passa de um resumo das investigações ou duma sinopse, como hoje tanto se utiliza, não pode reproduzir aquilo que a investigação não alcançou. Não é sequer uma parte obrigatória do inquérito. Os mais incrédulos desfolhem o Código de Processo Penal e procurem onde é que consta essa peça processual. Assim sendo, tem o valor que tem. Poupem-nos de tanta inocência!

 

Carjacking, dizem-nos na informação pública. Eis como classificam um assalto à mão armada ao ourives de Gaia. O que é que não sabem, o que é um assalto à mão armada ou o que é “carjacking”? As vozes do ofício político que andam um pouco embaralhados com o calor dos últimos dias,  atordoam-se com afirmações de conveniência, encravados pela santa ignorância…

 

Dois grupos étnicos desentenderam-se. Lisboa e Loures quer a resolução do conflito. Sucedem-se afirmações de radicalismo exacerbado, de conotações racistas e xenófobas, extremam-se posições pelo que se viu na televisão. Pois, a “multiópticas” faz descontos, não precisamos de andar ceguetas tanto tempo! As instituições públicas vêm a terreiro numa de conversações, apresentando opções, que corações! Amontoar pessoas, atribuir-lhes casas e rendimentos mínimos solucionam só alguns problemas. Pelos vistos, parcos remedeios duma integração social.

 

Ah, Sr. Bastonário, cuidado com essa emoção! Lá se vai a razão das verdades que diz saber quando a sensação fala mais alto. Comedimento não é sinónimo de transigência mas as palavras são como são. Sim quando fala do poder e do dever, sim quando fala das instituições e das corporações. Outras já não, quando se deixa desvanecer pela popularidade da linguagem. É que depois, o povo que ainda o escuta, deixa-se adormecer pela  toada tão linear do compasso.

A filarmónica lá da minha terra, toda a procissão toca a mesma…

 

Prometo, não vou por aí, assuntos tão sérios não se tratam assim.

Vá, só por esta vez, a minha ignorância foi um pouco atrevida.

 

 

 

publicado por outraidade às 14:14

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