Nascemos e muitas vezes antes de se saber se é menino ou menina, já os pais ansiosos organizaram uma lista de nomes. As influências são variadas, desde o nome dos avós, ao de um amigo íntimo, aos mais divulgados das revistas sociais. Talvez depois de tranquilamente olharmos para aquele novo ser, conseguissemos associar-lhe algum nome bem diferente do que muitas vezes lhe escolhemos. E aquele nome fica para o resto da vida.
"O meu nome é..." ou chamo-me..." são as primeiras palavras que dirigimos a alguém que conhecemos como se fosse uma marca registada.
Maria, que tinha os olhos da cor do mar, teve uma doença do foro oncológico e morreu. Um dia, quando vier a propósito, falarei disso com mais pormenor.
Nas minhas divagações, procurei as origens desse nome e concluíam os estudiosos que algumas palavras hebraicas lhe estariam subjacentes - "Mry" que significa "amada" , "Mar + Yam" que significa "estrela do mar" ou "Marom" que quer dizer "senhora". Eu gostei de qualquer uma das versões e decidi que, para mim, MARIA iria significar "ESTRELA DO MAR, SENHORA AMADA".
Maria sabia que a sua doença era fatal. Passou por momentos de revolta, de luta, de esperança, de conformação e, por fim, de uma tranquilidade que transparecia dos seus olhos verdes.
Não era ao acaso o seu nome, apesar de provavelmente lhe ter sido dado por acaso. Maria continua a ter esse nome, mesmo para além da morte.