Pergunto-me tantas vezes o que é ser feliz. E perco-me em mil conjecturas de tanta variedade que acabo sempre por concluir que não é coisa fácil e que requer uma construção minuciosa e árdua, projectando o lugar de cada palavra, de cada cor, de cada acto. Encontro nos poetas pouca coisa sobre a felicidade, mas esses, têm a nobreza de atingir um outro patamar do estar, quase intransponível para mim, simples pessoa tão ligada às coisas, às pequenas coisas que preenchem o meu diário.
Quanto mais alto colocamos esse ideal de felicidade, mais dificilmente lhe chegamos.
Perdemos a satisfação que deveríamos sentir ao ouvir uma boa música, ao escutar uma boa notícia, ao sentir o odor da Primavera porque projectamos que a felicidade é outra coisa muito mais profunda, limitando-nos a viver nesta busca permanente que nunca termina.
Entretanto, desaproveitamos tanta coisa boa com que fomos tropeçando pelo caminho.
(ao meu amigo José Carlos do blog Transdisciplinar que, durante algum tempo, me deixou comentários que me trouxeram momentos de felicidade)